26 dezembro 2007

Orion


O céu de inverno dominado por Orion faz-me, desde que me lembro de contemplar o céu nocturno, recordar o passado e sonhar com o futuro. É a constelação dominante nos céus de dezembro. A cada dia que passa põe-se mais cedo recordando-me da proximidade inevitável do futuro.

Hoje em dia já não olho Orion a pôr-se com a mesma esperança de outros tempos, os sonhos vão sendo cada vez menos fantásticos com a idade e, a cada ano que passa tenho mais pena do passado, que se vai arquivando nos domínios da memória, do que desejo o futuro que inevitavelmente me espera. Continuo a sonhar, o sonho é a arma secreta da felicidade, dá-nos força para, a cada dia tirarmos o melhor de nós próprios e ajuda-nos a medrar, a crescer.

O céu nocturno de inverno é uma dadiva riquíssima com que o universo nos presenteia ano após ano... A sua inimaginável infinidade, tem a capacidade de nós fazer sentir minúsculos mas, o verdadeiro infinito esta dentro de nós, na nossa imaginação: a verdadeira dádiva é a capacidade de viajarmos milhares de anos luz sem sairmos do lugar, imaginando, questionando e teorizando sobre próprio infinito.

Adoro o céu de inverno rico em pérolas e diamantes mas, tenho saudades dos tons laranja e salmão com que o sol se despede nos finais de tarde quentes... ...tenho saudades das constelações de verão. De ver, ao som das ondas do mar, Júpiter a cruzar Escorpião.

Ainda "ontem" estava na decada de 90 e já se aproxima o final da primeira decada do seculo XXI

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