31 janeiro 2008

EMEL


Hoje fui trabalhar de transportes publicos, estou na sede de um cliente no centro de lisboa e o estacionamento é impossível! Não consigo imaginar a dificuldade que as pessoas que trabalham por esta zona têm em se deslocar – Obrigados pela falta de estacionamento a utilizar a nossa primitiva rede de transportes públicos não chegarão com certeza a casa bem dispostos todos os dias... (para mim é mais fácil, moro bem próximo do centro e tenho de apanhar somente 1 transporte no itinerário inverso ao da hora de ponta)

O tempo é um recurso escasso e gasta-lo diariamente no caminho casa-trabalho-casa é no minimo um desperdício, pode-lo-ia considerar um crime mas, infelizmente a nossa vida diária é criminosamente mutilada por mil e um assaltos que nem posso considerar um crime o assassinato do pouco tempo que – à escala universal – deus nos deu para nos deleitarmos com o universo...

Sou fumador mas aceito bem a nova lei. (enriqueçam + à vontade as seguradoras) Penso que atentar com o meu fumo contra o direito dos não fumadores é, com toda a certeza, um crime muito maior do que o atentado, que esta lei é à minha liberdade enquanto fumador. (um dia escreverei + um pouco sobre isto porque, ainda assim, não concordo a 100% com a lei)

Como todos os fumadores, faço todos os dias visitas às portas principais dos edifícios para exercer o direito de me suicidar lentamente. Hoje durante uma das minhas deambulações suicidas, entretive-me a observar os senhores da EMEL no seu trabalho diário. Interroguei-me sobre as suas motivações, aspirações e humanidade ao mesmo tempo que – ao ver a quantidade de carros com “clamp” – me dava por satisfeito por ter escolhido vir de transportes públicos. Entretanto chegou a verdadeira responsável por tantas fitas amarelas à volta dos veículos estacionados: A carrinha da EMEL! Como seria de prever estacionou mal - meio em cima do passeio, meio na estrada - sem que o condutor se preocupasse minimamente em encontrar um estacionamento mais apropriado.

A minha primeira reação, ainda antes de analisar bem os acontecimentos e enquanto os dois funcionários saiam da carrinha, foi a de ter alguma pena ou simpatia pelos senhores que se vêm obrigados dia a dia a fazerem este trabalho verdadeiramente sujo: recebem muito mal; são obrigados a vestirem as fardas mais pirosas que algum dia alguem teve a coragem de desenhar; têm de se abaixar junto às rodas dos carros salpicadas por gatos, cães, homens, crianças e algumas senhoras muito aflitas; sujam as mãos; aturam a disposição de quem é roubado no minimo em 30€; não têm a simpatia de muita gente no trabalho; etc. Pensei que chegariam a casa muito menos bem dispostos do que os pobres condutores imobilizados por mais uma lei que atenta contra a liberdade alheia.

Saíram da carrinha e pode observa-los melhor enquanto o meu cigarro chegava ao fim. A primeira coisa que reparei foi nos cabelos rapados dos lados e + compridos em cima depois, nos brincos, no olhar de QI baixo e finalmente no andar: uma mistura entre futebolista no balneareos e agente da autoridade. Que raio – pensei – estes gajos sentem-se realizados com isto! Subi de volta para o trabalho a pensar no assunto: estes gajos deviam de estar tristes, têm um trabalho de merda (literalmente)...

Bom, os agentes da autoridade já nos habituaram de alguma forma a este tipo personalidade (sem os penteados) mas, no caso da autoridade até aceito – terão com toda a certeza muita formação; são necessários requisitos mínimos; as autoridades são militarizadas; existe disciplina – mas estes EMELes?! Com uma formação de, no máximo, 100 horas? Provavelmente qualquer neandertalóide preencherá os requisitos mínimos... Neandertal – pensei novamente - esta tudo explicado!

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